Quem é mãe, pai ou cuidador de uma criança sabe o quanto essa experiência é transformadora na vida de uma pessoa. Por mais que traga sensações maravilhosas, cuidar e estar todos os dias ao lado dos pequenos acaba trazendo também uma série de obstáculos, que vão ficando cada vez mais desafiadores ao longo do tempo.

Sempre tem aquele momento em que a relação com a criança pode ficar um pouco desgastada, seja por causa da correria da rotina ou pelas exaustivas demandas que cada fase traz. Tem vezes que o trabalho de ser pai ou mãe é bastante pesado, o que pode até gerar uma sensação de culpa, como se não estivesse “dando conta do recado”.

Porém, isso é apenas uma impressão. Quanto existe amor e dedicação é possível superar qualquer desafio. Aliás, existem algumas ações simples que podem ser realizadas no dia a dia para reforçar o vínculo afetivo com seu filho, tornando a convivência mais leve e feliz para os dois lados.

Recomendadas por psicólogos e pedagogos, as dicas a seguir vão te ajudar a se reconectar com a criançada de uma maneira responsável e saudável:

Abrace
O contato físico com a criança é muito importante e fortalece os vínculos afetivos. Nele, o amor é transmitido e recebido, e essa conexão vai fazer toda a diferença no desenvolvimento emocional da criança.

O ato de abraçar também é o ato de acolher e incentivar a criança e enfrentar quaisquer obstáculos ou estresses que ela possa vir a ter no dia. Os pequenos também se frustram e se zangam e, por isso, é importante acalmá-los, mostrando que tudo vai ficar bem.

Um sorriso, um carinho, um olho no olho ou uma conversa tranquila ajudam a desenvolver laços com seu filho, independente da idade dele. Demonstre sempre que você é um porto seguro para o qual ele pode sempre voltar.

Brinque junto
É importante brincar com seu filho, ter seu momento criança ao lado dele. Os pequenos liberam endorfina e oxitocina quando brincam, o que promove sensações de bem-estar e alegria.

Uma dica é reservar um momento do dia para a diversão, pensando em atividades que entretenham e tragam riso. Por mais simples que a brincadeira seja, essa conexão agradável com um adulto promoverá um crescimento saudável, com menos ansiedade e uma maior sensação de conexão familiar.

Esportes e brincadeiras que estimulem a criação de valores como cooperação, a paciência e a liderança são apostas certeiras. Alguns clubes de assinatura oferecem kits especiais para ajudar nesse repertório lúdico.

Fiquem todos offline
O mundo dos jogos online em celulares, tablets e notebooks é viciante tanto para adultos quanto para crianças. Isso porque os rápidos estímulos que os aparelhos eletrônicos geram em nosso cérebro são tão satisfatórios que sempre acabamos querendo mais e mais.

Porém, não é saudável fisicamente e nem emocionalmente passar tempo demais frente às telas, pois a exposição pode ocasionar problemas de saúde visão, angústias, ansiedade, diminuição das habilidades sociais e sedentarismo. Por isso, é importante não só moderar o tempo de itens eletrônicos das crianças como dar o exemplo, ficando longe deles também.

Ao invés de ficar cada um em seu celular, por que não ter uma conversa, fazer uma leitura juntos, preparar uma comida simples – que a criança possa participar também do preparo? Crie memórias com seu pequeno no mundo real também.

Respeite seu espaço e sua individualidade
Falando ainda de tecnologia, tem um ponto interessante a se pensar: o excesso de fotos que se tira e que se posta do seu filho nas redes sociais. Fazer isso em demasia pode irritá-lo, principalmente quando ele estiver maiorzinho e fugindo de exposições.

Toda vez que seu filho se incomodar com alguma coisa, tente se colocar no lugar dele. Se alguém não respeitasse o seu espaço e sua individualidade e passasse dos limites o tempo todo, você certamente não gostaria nada disso.

Se o seu filho está crescendo, não quer mais ficar tão perto de você ou está calado demais, tente se conectar com ele de outras formas. Não invada o espaço dele, não exija que ele se comporte de acordo com o que você acha mais adequado. Primeiro, tente entender quem ele é e o que está sentindo e investigue qual a melhor forma de abordá-lo e de se conectar com ele, sem impor apenas o seu modo de pensar.

As crianças também são indivíduos, com suas próprias ideias e preferências, e você não precisa temer isso, apenas respeitar. É sempre melhor que a criança tenha autonomia e pense por si própria do que ela crescer em total co-dependência.

Viva o presente e seja presente
Já percebeu como às vezes é difícil viver o presente, sem ficar lembrando do passado ou se preocupando com o futuro? As crianças crescem rápido, as fases mudam o tempo todo, então, posto que a vida é passageira, por que não aproveitar cada momento intensamente?

Isso não significa agir sem responsabilidade, mas significa viver sem pressa. Cuide do seu filho sem tentar antecipar as fases: viva cada uma delas com tranquilidade, paciência, e comprometimento. Por mais que a vida esteja corrida, lembre-se todos os dias de que a criança nasce para ser alegre e amada e que ter uma relação leve e agradável com ela vai ser bom para os dois lados.

Nos dias difíceis: respire, conte até dez, deixe uma coisa por fazer. Lembre-se que criança alguma é culpada pelo ritmo frenético do mundo, e que está tudo bem deixar a casa bagunçada e as tarefas de lado de vez em quando. Cada momento é único e não volta a acontecer.

Seja presente na vida do seu filho, mostre que se importa com o que ele pensa, mesmo que não concorde com alguma opinião ou situação. Dê argumentos, defenda o porquê de você acreditar no que acredita.

O segredo da boa relação entre os indivíduos está mais na troca do que na doutrinação. E isso se aplica também à relação com os filhos.

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